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Mulheres contra a retirada de direitos!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


As mulheres são as mais afetadas pelas recentes medidas do governo Dilma e pelo aumento do custo de vida!

O ano mal começou e em vários estados houve aumento nas tarifas de transporte, energia elétrica e preço dos alimentos. Nos maiores estados do país está faltando água. E, para completar, o governo Dilma anunciou um pacote de ataques aos direitos previdenciários e trabalhistas, através das MPs 664 e 665.

Essas medidas visam atender aos interesses dos grandes empresários e de uma economia internacional em crise. Infelizmente, o PT segue aplicando a velha receita dos partidos da direita. O PSDB e o PMDB, apesar de aparecerem como oposição, apóiam o repasse de metade do orçamento do país para pagamento dívida pública e também querem a retirada de direitos. Enquanto isso, os ricos seguem lucrando e faltam recursos para saúde, educação e combate à violência contra a mulher. 

Neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, vamos seguir o exemplo das greves e mobilizações que aconteceram. É hora das mulheres trabalhadoras, junto com nossa classe, protestar de forma independente, sem depositar nenhuma confiança nos governos ou alternativas de direita. Vamos exigir a revogação das MP’s 664 e 665; lutar por creches públicas, gratuitas e de qualidade; pela legalização do aborto e por mais investimentos no combate a violência contra a mulher .

De todos os beneficiados pela pensão por morte 86,8% são mulheres e em média recebem pouco mais de um salário mínimo. Isso pode ser explicado pela maior dificuldade das mulheres de ingressar no mercado formal de trabalho, fruto do machismo em nossa sociedade. As mulheres, que já tem um histórico de exploração e opressão em suas vidas, ao terem seus companheiros mortos, serão mais penalizadas ainda. 

Em relação ao auxílio-doença, vai ser quase impossível conseguir o benefício, principalmente para as mulheres que sofrem com lesões por esforço repetitivo, fibromialgia, depressão, as chamadas “doenças invisíveis, pois o laudo ficará a cargo dos médicos das empresas. O auxílio reclusão, muitas vezes a única fonte de renda das famílias dos presos, terá a mesma regra da pensão por morte. Dificultará mais a vida das mulheres que dependem do benefício. 

As mulheres são cerca de 35% dentre os que recebem seguro-desemprego.. A maioria das mulheres é empregada nas empresas terceirizadas, no telemarketing, na cozinha, limpeza e demais setores de serviços, que junto com a construção civil, agricultura e comércio, são os que apresentam maior índice de usuários do seguro-desemprego. São setores com alta rotatividade e grande precarização. A economia de R$ 18 bilhões que o governo Dilma pretende fazer com essas medidas será à custa de mais sofrimento das trabalhadoras. Os grandes empresários, banqueiros e latifundiários não serão nem um pouco afetados, ao contrário, irão lucrar ainda mais com a vulnerabilidade dos trabalhadores.

Colete assinaturas para o abaixo-assinado!


IMPRIMA aqui o abaixo-assinado por 1% do PIB para o combate à violência contra as mulheres. Sem investimentos, a violência não vai parar! Leve essa campanha à sua escola, vizinhança e local de trabalho!

1º Passo: salvar e imprimir algumas páginas do arquivo disponível no link abaixo

2º Passo: levar ao seu local de trabalho e estudo, pedir assinatura na família e na vizinhança. Se você fizer parte de algum sindicato ou movimento, entregue cópias do abaixo assinado para que cada um (mulher ou homem) ajude da coleta de assinaturas. Para ajudar na discussão, leia o Manifesto da Campanha.

3º Passo: se você estiver em MG, envie as listas assinadas para a CSP-Conlutas MG: Av. Amazonas, 491 – sala 609 – 6º Andar - Centro - Belo Horizonte/MG - CEP 30180-907.

Prazo para envio das assinaturas: final de março/2015

Dúvidas: (31) 3271-2406 / Lívia: 8772-1637 / mmlutamg@gmail.com



Nosso bloco é contra o machismo!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015


Neste carnaval, o Movimento Mulheres em Luta em diversas cidades aproveitou a grande festa do povo para brincar e lutar contra a violência a mulher, racismo e homofobia nos blocos de carnaval. No Distrito Federal, o MML lançou uma campanha com fotos e viral para os dias de folia. Em BH, a organização unificada o 8 de março lançou a campanha "Não é não" durante os desfiles dos blocos populares. Em Olinda, o Bloco "Cabelo de Fogo" homenageou a companheira Sandra, militante do MML brutalmente assassinada no carnaval do ano passado.

"Algo que tem se tornado comum é o beijo forçado, as fantasias depreciativas lembrando a raça negra, além da violência sofrida por gays, lésbicas e transexuais nos diferentes espaços que os foliões pulam o carnaval.

O MML-DF repudia as rodinhas masculinas que obrigam e forçam as mulheres para ganharem beijos (o chamado corredor polonês), aqueles homens que puxam cabelos, braços e roupas para forçar a paquera, aquele de "mão boba" que está pronto a dá uma “pegadinha” nas partes íntimas das mulheres. 

Esse tipo de comportamento é decorrente do machismo que ainda é uma realidade cotidiana que nós mulheres temos que conviver e a violência a que somos expostas nas festas que frequentamos. Neste carnaval a paquera, o amor, o beijo na boca está mais que liberado! Mas que esse não seja roubado, forçado ou obrigado.

Vamos pular o carnaval, mas sem o machismo e combatendo a violência contra a mulher, negros e negras e pessoas LGBTT. Além do combate ao machismo o MML-DF sai nesse carnaval para combater o racismo que ganha força nas brincadeiras de carnaval, seja com acessórios que remetem a raça como com perucas de cabelo crespo, como se fosse fantasia, seja com as blackfaces que pintam os rostos com tinta preta fazendo caricaturas e brincadeiras negativas e remetendo aos anos em que os negros sofreram com a escravidão.

Repudiamos aqueles que reforçam a imagem da mulher negra como um corpo a venda, objeto sexual utilizado no carnaval para vender e promover essa festa. Vamos nos divertir, pular, beijar, transar, curtir! Mas sem opressão, sem forçação, sem violência!

Ótimo carnaval para todas e todos!"


Fotos por Johnatan Reis:





Manifesto: Por que aplicar 1% do PIB?

domingo, 1 de fevereiro de 2015


Leia aqui o Manifesto do Movimento Mulheres em Luta. Participe da Campanha 1% do PIB para combater de fato a violência contra as mulheres!

Por que aplicar 1% do PIB para o combate a violência contra à mulher?

Manifesto do Movimento Mulheres em Luta


O Brasil é o 7º país que mais mata mulheres no mundo fazendo parte da epidemia global que é a violência contra a mulher. A cada 02 horas uma mulher brasileira é morta pela violência machista; a cada 02 minutos 05 mulheres são espancadas e a cada 10 segundos uma mulher é vítima de estupro. Esses dados alarmantes somados com o fato de as mulheres amargaram as piores estatísticas sociais, como ocuparem os piores postos de trabalho e serem a maioria entre a população pobre, fez com o que o Brasil hoje ocupe a 71ª posição no ranking de igualdade de gênero, segundo o Fórum Econômico Mundial, caindo 09 posições de 2013 para cá. 

Mesmo durante o primeiro governo de uma mulher, infelizmente a realidade que vemos é que o combate à violência machista não veio sendo prioridade e não acreditamos que isso se reverta em seu segundo mandato. Apesar de termos tido alguns avanços muito pontuais, Dilma (PT) já demonstrou que não tem compromisso com a vida das mulheres que são submetidas a essa cruel realidade todos os dias, principalmente com as mulheres trabalhadoras, que por sua falta de recursos ficam submetidas a sua própria sorte.

Em novembro, MML lançou nacionalmente o abaixo-assinado nos
atos pelo fim da violência machista.
Uma das consequências do enfrentamento a violência machista não ser prioridade é o baixo orçamento destinado a políticas específicas para as mulheres. No ano de 2012, por exemplo, somente com o pagamento de serviços da dívida pública o governo federal desembolsou cerca de R$ 753 bilhões, o que significa que os gastos do pagamento da dívida foram mais de 3.700 vezes maior que o orçamento de 08 anos destinado ao Programa 0156 – Prevenção e Enfrentamento da Violência contra as Mulheres. 

Em 2013, o governo gastou quase 100 vezes mais em propaganda (R$ 2,3 bilhões) do que investiu no combate a violência contra a mulher (R$ 25 milhões). Enquanto preferiu encher os bolsos dos banqueiros e capitalistas com o pagamento da dívida pública, gastando com propaganda de um Brasil que só existe na televisão, o governo Dilma anualmente investiu apenas R$ 0,26 por mulher para o combate a violência machista, segundo o ILAESE. Isso demonstra claramente quais foram às prioridades desse governo. 

A Lei Maria da Penha, implementada no ano de 2006 após muita luta dos movimentos sociais, tem se mostrado ineficaz para o combate a violência contra a mulher. Segundo dados do IPEA, a taxas de feminicídio foram de 5,28 por 100 mil mulheres antes da lei para 5,22 depois da lei, ocorrendo apenas uma sutil diminuição no ano de 2007, ano seguinte a sua promulgação, retornando aos índices dos anos anteriores. Ou seja, mesmo que a Lei Maria da Penha tenha significado um avanço jurídico ela não saiu do papel, e um dos principais problemas para sua efetivação é a falta de estrutura para sua aplicação. Hoje, apenas 10% dos municípios brasileiros possuem delegacias da mulher (DEAMS) e pouco mais de 1% tem casas-abrigo, cruciais para que as vítimas tenham o mínimo de auxílio. 

25/11: MML lança abaixo-assinado no ato unificado com
outros movimentos, na Praça Sete, em BH.
Além disso, a distribuição desse tipo de serviço é extremamente desigual, concentrando em apenas alguns estados e centros urbanos. De acordo com o IBGE, apenas 12 estados possuem centros de referência de atendimento exclusivos a mulheres em situação de violência e apenas 15 informaram a existência de casas-abrigo, sem mencionar que a maioria deles funciona forma precária e sem equipe especializada. A falta de prioridade e o baixo orçamento justifica o fato de não termos uma rede efetiva de enfrentamento a violência contra à mulher e mesmo que a mulher denuncie, ela não tem garantia de amparo. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 20% das mulheres assassinadas pela violência machista, tinham medida judicial de proteção. 

O Projeto “Mulher Viver sem Violência”, anunciado em março de 2013 onde a presidenta Dilma se comprometeu em investir R$ 265 milhões em dois anos (2013 e 2014) para a construção e manutenção de 27 prédios da Casa da Mulher Brasileira e na ampliação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, além de campanhas educativas de conscientização entre outras medidas também não saiu do papel. No final de 2014, nenhuma das 27 casas prometidas foram entregues e pouco se avançou nas outras promessas e além de não cumprir, o projeto em si já é insuficiente, pois concentra o atendimento as capitais e a um número restrito de mulheres. 

Para combater a violência contra à mulher é preciso de investimento público. O PIB brasileiro no ano de 2013 alcançou os R$ 4,84 trilhões, porém atualmente apenas R$ 188.841.517 é destinado para a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão responsável pelo enfrentamento a violência contra as mulheres, sendo que deste valor apenas R$ 151.100.000,00 foi efetivado, representando cerca de 0,003% do PIB. 

A partir de muitos estudos e debates, nós do Movimento Mulheres em Luta achamos possível à aplicação de 1% do PIB para políticas de enfrentamento a violência contra a mulher. Com 1% do PIB destinado a SPM, é possível construir um Centro de Referência em todos os municípios brasileiros, considerando que nas cidades maiores deve-se ter um centro para cada 50 mil habitantes, sendo uma porta de entrada para a assistência da mulher e seus filhos, construir centros unitários onde se concentre todos os serviços de atendimento à vítima em todas capitais brasileiras e nas grandes cidades, com referência de um para cada 1 milhão de habitantes. Também é possível estruturar um Sistema Nacional de Notificação, um serviço que centralize todas as informações sobre esse tipo de violência. Hoje esses dados são subnotificados, não tem um padrão de coleta que precise os números da violência machista no país. Além disso, a realização de campanhas educativas massivas nos meios de comunicação, produção de cartilhas entre outros materiais para a conscientização do combate ao machismo e a violência contra a mulher. 

A partir desse abaixo-assinado, o MML quer exigir do poder público medidas efetivas para o combate a violência contra a mulher. Com essa ferramenta queremos dizer que é possível investir 1% do PIB para políticas específicas para as mulheres e apresentar um projeto de combate a violência contra à mulher que considere a segurança e assistência a vitima de violência, com centros de referências, casas-abrigos, delegacias especializadas com estrutura e equipes bem treinadas e que também considere medidas de prevenção como campanhas de conscientização. Para isso é central exigirmos 1% do PIB para políticas públicas específicas para as mulheres, pois sem orçamento não conseguiremos concretizar e dar resposta a essa realidade cruel que vítima milhares de mulheres todos os dias. 

Junte-se ao Movimento Mulheres em Luta na Campanha por 1% do PIB para o combate a violência contra à mulher, sem investimento não enfrentamos a violência machista!

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O ABAIXO-ASSINADO - 1% DO PIB PARA O COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER




As ricas abortam, as pobres morrem

sábado, 22 de novembro de 2014

Desde o final de Agosto, quando a jovem Jandira sumiu após ter saído para uma clínica clandestina de aborto no Rio de Janeiro, esse tema ganhou espaço nos meios de comunicação. O caso trouxe a tona uma realidade bastante conhecida pelas mulheres, mas sobre a qual pouco se fala ou pouco se ouve:a prática do aborto e os riscos enfrentados pelas mulheres.

As inúmeras reportagens e entrevistas poderiam então ter cumprido um papel importante de esclarecimento e na evidencia do problema. Contudo, o que acompanhamos foi mais um conjunto de deturpações sobre a sexualidade feminina, sobre as condições reais para exercer a maternidade e, consequentemente, a criminalização das mulheres que praticam o aborto.
Antes de considerarmos as crenças e valores individuais, seria bom localizarmos alguns dados que são comuns a toda a população, em especial as mulheres pobres e trabalhadoras.

No Brasil, estima-se que cerca de 1 milhão de abortos clandestinos são realizados por ano. Isso leva a 250 mil internações para tratamento de complicações em decorrência de abortos realizados em condições inseguras e precárias. O aborto é a quinta causa de morte materna, no país. A cada dois dias uma brasileira morre por aborto inseguro.

A Pesquisa Nacional de aborto, iniciada em 2010, por professores da UNB entrevistou 2.002 mulheres da região urbana do Brasil, alfabetizadas e com idade entre 18 e 39 anos. O resultado foi que uma em cada cinco brasileiras já realizou um aborto. Dentre essas 175 são católicas, 72 evangélicas e 49 de outra religião ou sem religião. Outra evidencia foi a de que as mulheres negras estão mais suscetíveis aos riscos e sequelas de práticas clandestinas de aborto.

Por outro lado, se pegarmos os indicadores dos aspectos sociais, econômicos e emocionais para a mulher exercer a maternidade em nosso país, veremos que estes também são desesperadores. As mulheres representam 70% da população pobre do mundo, No Brasil 90% delas vive com renda que não ultrapassa 03 salários mínimos. Está para as mulheres a maior taxa de desemprego com 8,7%, enquanto que para os homens é de 5,9%. As creches públicas para crianças entre 0 e 3 anos atende menos de 25% da demanda e hoje as mulheres já são responsáveis sozinhas por 37,3% das famílias. Em 2012, foram efetuados 50,6 mil registros de casos de estupros, ou seja, um estupro a cada 10 segundos ocorreram no país.

Estes dados deixam evidente que o cotidiano das mulheres trabalhadoras e pobres não apresenta muitas escolhas. Nesse sentido, os motivos que levam uma mulher a praticar um aborto são muito mais profundos e criminalizá-la por essa pratica é negar-lhe mais uma vez o direito de decidir sobre seu corpo e de ter condições para exercer a maternidade.

A experiência de outros países demonstra que o problema é de saúde pública

Tanto em Portugal quanto no Uruguai onde o aborto foi descriminalizado, as pesquisas apontam que não houve um crescimento nos casos de aborto praticado nesses países, mas sim diminuiu os riscos a que as mulheres eram submetidas e também diminuiu a reincidência da pratica, a partir da orientação quanto aos métodos contraceptivos e planejamento familiar. Em Portugal cuja lei de despenalização vigora há sete anos houve diminuição dos casos de aborto entre as mulheres jovens. Também o número de licenças por interrupção de gravidez teve seu menor índice em 2012. Em 2005, antes da aprovação da lei, foram atribuídas 4617 licenças, em 2012 este número desceu para 4416.

Já no Uruguai, que tem a lei de descriminalização há 01 ano, não foi notificada a morte de nenhuma mulher que passou pelo procedimento e somente 50% dos casos teve alguma complicação. A estimativa é que os números de aborto também diminuam nesse país, esse dado ainda não é possível de constatar porque não havia registro oficial dos casos de aborto, no país. Entre as adolescentes as taxas foram as mais baixas, girando em torno de 18%.

Essas experiências são exemplo de que o tema deve ser tratado como um problema de saúde pública e que o debate, não passa por impulsionar o aborto como principal método contraceptivo, pelo contrário, passa justamente por garantir um conjunto de medidas como educação sexual, acesso gratuito e fácil aos contraceptivos e aborto seguro para evitar sequelas e mortes das mulheres.

Enquanto a lei é retrograda, o lucro só avança!

No Brasil, entretanto, temos uma das legislações mais retrogradas em relação à garantia das mulheres sobre o seu corpo e o direito de acesso à atenção de saúde. E mesmo o mínimo garantido, como a autorização para realizar o aborto em caso de estupro ou fetos anencéfalos, tem sido ameaçado pela ofensiva da bancada conservadora do congresso. Projetos como o do estatuto do Nascituro, que pressiona a mulher a ter o filho gerado a partir de uma violência sexual, ou a proibição de incluir na nomenclatura do SUS tais procedimentos já autorizados em lei, são exemplos claros disso.

Infelizmente, o governo do PT, com a primeira mulher presidente do país, fez a opção de rifar os direitos das mulheres e calar-se diante desta brutal realidade, em troca de favores políticos e acordos de cúpula. Desde a carta ao povo de Deus que Dilma publicou em 2010, até a sua declaração na campanha eleitoral recente de que [em relação ao tema do aborto] cumpriria o que está na lei, esse governo deixa claro que não tem compromisso com as milhares de mulheres que morrem todos os anos em nosso país.

Enquanto as mulheres são perseguidas e culpabilizadas, as clínicas clandestinas seguem lucrando alto. Em Todo o país, esses estabelecimentos não cobram menos de R$3 mil para realizar o procedimento, considerando-se que quanto mais barato, mais precário o atendimento e maiores os riscos para as mulheres. Logicamente que o inverso também é verdadeiro, as mulheres ricas que podem pagar até R$7 mil reais em um procedimento, recebem o melhor atendimento e não são expostas a situação de humilhação ou constrangimento por sua decisão.

Os números de abortos praticados no país, combinados com essa diferença de atendimento a partir da questão econômica, demonstram a hipocrisia que ronda o debate sobre a descriminalização e legalização do aborto. Pois, tal prática é uma realidade cuja penalização só recaí sobre as mulheres da classe trabalhadora e das camadas mais pobres da população.

Em defesa da vida das mulheres, pela descriminalização e legalização do aborto!

Por isso, para nós do Movimento Mulheres em Luta, o papel que a mídia vem cumprindo em relação à forma como apresenta as informações sobre esse tema é nefasto e inaceitável. As opiniões unilaterais e tendenciosas que são veiculadas, não ajudam a compreender todo o conjunto de elementos que estão relacionados com o tema do aborto. Por exemplo, em setembro, temos um dia latino-americano e caribenho pela descriminalização do aborto. Em várias cidades, diversos movimentos feministas foram às ruas denunciar as mortes de mulheres e exigir respostas do governo federal. Nenhuma matéria veiculada pelas grandes redes de comunicação do país mostraram essas manifestações, tão pouco suas pautas de reivindicação.

Seguiremos nessa luta, dialogando com a classe trabalhadora e a população em geral, para romper essa barreira e levantar a bandeira pela defesa da vida das mulheres e pelo fim de sua opressão.

Educação sexual para prevenir, acesso fácil a contraceptivos para não abortar, Aborto legal e seguro para não morrer!

Não ao Bolsa Estupro! Pelo arquivamento do PL 478/07 (Estatuto do Nascituro)!


Vídeo da Campanha contra a Violência

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


Assista ao vídeo produzido pelo MML Nacional sobre a campanha contra a violência sofrida pelas mulheres. Ajude a divulgar!




 
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